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19/11/2013 - "Varre, varre, varre, vassourinha": Algumas questões sobre o governo Jânio Quadros.

 

 

Prof. Lucas Adriel S. de Almeida

Mestre em História - UEFS

 

Protagonista de um governo que durou apenas alguns meses, Jânio Quadros comandou os destinos políticos do Brasil no decorrer de parte do ano de 1961. Carismático, a sua campanha política para chegar à presidência da república notabilizou-se, dentre outras coisas, pela adoção de uma vassoura como elemento central de tal empreitada e cujo objetivo era ilustrar um discurso político pautado na ideia de “varrer a corrupção” do país. A carreira política de Quadros foi, como assim podemos chamar, “meteórica”. Isto pelo fato de que em poucos anos passou de prefeito da cidade de São Paulo à presidência do Brasil.

Abaixo segue um vídeo, disponível no You tube, onde você encontra a sonora do Jingle.

 

 

O governo de Jânio Quadros trás em seu contexto uma postura de cunho moralizante, tendo como exemplo desta orientação a proibição do uso de biquínis, dentre outros posicionamentos relacionados aos jogos, por exemplo. Eleito presidente pela UDN com uma abastada votação, teve, no mesmo pleito, eleito como seu vice o trabalhista João Goulart, candidato pelo grupo de oposição à sua candidatura. O modelo eleitoral vigente na época permitia tal possibilidade, presidente e vice poderiam ser eleitos por chapas diferentes. Quadros também teve que assumir com um legislativo escolhido antes de seu governo, com maioria ligada ao governo do seu antecessor, JK.

Outro ponto que ganha relevo, dentro deste governo, é a política externa adota por Jânio Quadros que em meio a Guerra Fria passa a se aproximar do bloco socialista. Não custa relembrar que a Guerra Fria consistiu numa disputa, principalmente ideológica, entre dois grandes blocos, o Capitalista, liderado pelos Estados Unidos da América, e do outro lado o bloco Socialista, liderado pela URSS (Para saber mais sobre a Guerra Fria veja o texto: http://www.ohistoriante.com.br/guerra-fria-quadrinhos.htm), que depois da 2ª Guerra Mundial (para saber os detalhes sobre a 2ª Guerra Mundial  leia a série: http://www.ohistoriante.com.br/serie-segunda-guerra.htm e o texto: http://ohistoriante.com.br/arte-sequencial.htm), travaram forte embate ideológico aglutinando em torno de suas órbitas os outros países do globo. Neste contexto, por exemplo, Jânio Quadros homenageia Che Guevara, importante líder da revolução cubana, contrariando a postura brasileira de alinhamento aos EUA.

Evidente que o seu curto governo é outra questão muito peculiar de sua passagem pela presidência da república. Sua precoce saída do governo junto com sua  difícil relação com o legislativo  são talvez alguns dos temas mais comentados quando se fala deste mandato político. O contexto de um grande apoio popular traduzido em votos, e o fato de começar o seu governo com um congresso com ampla maioria nos partidos de oposição são os elementos que envolvem o imbróglio da renúncia de Quadros ao poder. Em meio a tudo isto, defende-se que o intuito de Quadros ao abdicar do cargo presidencial teria como objetivo final promover posições contrárias a sua saída da presidência, fortalecendo a sua posição diante do legislativo nacional.

Para saber mais sobre o assunto assista também:

 

 

Referências/Para saber mais sobre o assunto leia:

BANDEIRA, Luiz A. Moniz. A Renúncia de Janio Quadros e a crise pré 64. São Paulo: Brasiliense, 1979.2ª Ed.

LOUREIRO, Felipe Pereira. Varrendo a democracia: considerações sobre as relações políticas entre Jânio Quadros e o Congresso Nacional Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 29, nº 57, p. 187-208 – 2009. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbh/v29n57/a08v2957.pdf