Da redação
Judeus planejavam em 1938 criar estado judaico no território de Mato Grosso do Sul. Joseph Hefter, líder político antissionista, publicou panfleto em Nova York
Este mapa é uma criação de Joseph Otmar Hefter, uma figura tão esquecida hoje como a política que defendeu na década de 1930 – o territorialismo judaico não-sionista.
Restam poucas evidências do sonho de Hefter de Nai Juda (“Nova Judéia”), exceto ‘A Land for the Jews!’, um panfleto que ele produziu em Nova York em 1938. Ele contém, no entanto, a resposta à questão judaica: uma pátria soberana com todas as características de um Estado – uma bandeira, leis e uma língua nacional (iídiche) e até um hino nacional.
O sionismo e o antissionismo judeu
No século XIX, uma parcela significativa do povo judeu optou pelo sionismo como uma saída para o que considerava o problema judaico. Esse problema era que eles eram uma nação, porém, sem país. A resposta do sionismo foi um estado judeu na Palestina, a pátria histórica dos judeus. Em 1948, impulsionado pela tentativa mais sinistra dos próprios nazis de resolver o problema judaico, Israel foi fundado e o sionismo alcançou o seu objectivo.
No entanto, esta versão do sionismo focada na Palestina foi apenas um dos muitos projetos territorialistas judaicos – houve cerca de 30 propostas deste tipo ao longo do século XIX e início do século XX, embora a maioria nunca tenha passado de slogans utópicos.
Um dos projetos territorialistas judaicos mais conhecidos não focados na Palestina foi o Plano Uganda. Apresentado por Theodor Herzl no Sexto Congresso Sionista de 1903, ficou apenas seis votos abaixo da maioria.
O projeto de Hefter para um estado judeu
Dez desses projetos estão exibidos no panfleto de Hefter, que trazia um mapa, um manifesto e um descritivo de possíveis novos países judaicos. Madagascar, Uganda e Birobidzhan, na Rússia, e os representantes da América do Sul em um território que ocupa o sul e o oeste da Guiana e o sudeste da Venezuela, na fronteira com o Brasil. O outro, contudo, fica dentro do país mesmo, em Mato Grosso do Sul.
O texto que segue o ponto 6 diz o seguinte:
“Uma seção da região de Matto (sic) Grosso, ao norte do Rio Paraná, na fronteira com o Paraguai. Encravada, inexplorada, desconhecida, quase inabitada. Uma terra difícil de florestas, perigosa, mas habitável. Rica em recursos. Borracha, ouro, diamantes. Potencial império industrial. Poderia neutralizar grandes colônias japonesas e alemãs entrincheiradas na costa”.
O sionismo, porém, saiu triunfante e concretizou seus objetivos com a criação, em 1948, do Estado de Israel em território palestino, dando início aos conflitos que até hoje banham de sangue a região.
O que é o Estado de Israel?
Israel é um país localizado no Oriente Médio, banhado pelo Mar Mediterrâneo. Tem uma área de 22.072 quilômetros quadrados e uma população de aproximadamente 9 milhões de habitantes. A capital oficial é Jerusalém, mas a sede do governo está localizada em Tel Aviv.
O Estado de Israel foi fundado em 14 de maio de 1948, após a aprovação da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas, que dividiu a Palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe. A criação do Estado de Israel foi recebida com hostilidade por parte dos países árabes vizinhos, que invadiram o país em uma guerra que durou até 1949.
Israel é uma democracia parlamentar, com um sistema de governo baseado no modelo britânico. O chefe de estado é o presidente, eleito por um mandato de sete anos. O chefe de governo é o primeiro-ministro, que eleito pelo Parlamento, a Knesset.
Imperialismo
O Estado judeu, entretanto, se comporta de maneira imperialista e colonialista com os demais países da região, em especial com palestinos na Faixa de Gaza.
A matança na Faixa de Gaza, realizada pelo Estado de Israel em outubro de 2023, foi um evento trágico e brutal que deixou milhares de mortos e feridos, a maioria deles civis. O conflito começou em 7 de outubro, quando o grupo palestino Hamas lançou uma série de ataques contra Israel, matando cerca de 1.400 pessoas. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar contra Gaza, que durou 23 dias e resultou em mais de 10.000 mortos, a maioria deles palestinos.
A ofensiva militar de Israel foi amplamente condenada pela comunidade internacional, que a considerou, assim, desproporcional e excessiva. O Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu uma investigação sobre o conflito, que pode levar a acusações de crimes de guerra contra Israel.
A matança na Faixa de Gaza é um lembrete da crueldade e da injustiça do conflito israelo-palestino. O conflito é um dos mais antigos e complexos do mundo, e já causou a morte de milhares de pessoas e o deslocamento de milhões.
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