01/01/2014
Construtivismo e os Paradigmas Educacionais.
Prof.
Marcos Antônio Leite
Lopes Filho
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O que significa construtivismo? Como funciona essa
teoria? É bastante complexo especificar em poucas
palavras sua criação, transição e importância. Podemos
afirmar que os paradigmas educacionais e o
construtivismo são bastante densos.
Mas, qual seria a ideia do construtivismo? Segundo Professor
Doutor Fernando
Becker: a
ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de
que, especificamente, o conhecimento não é dado, em
nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui
pela interação do indivíduo com o meio físico e social,
com o simbolismo humano, com o mundo das relações
sociais; e se constitui por força de sua ação e não por
qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no
meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação
não há psiquismo nem consciência e, muito menos,
pensamento.
O surgimento desta teoria sucedeu após o biólogo Jean
Piaget estudar o comportamento das crianças, desde o
nascimento até a adolescência. Ele percebeu como o
individuo interage com o meio que ele vive e como se
constrói o conhecimento a partir dessa interação. Com
esses estudos, Piaget deu continuidade estudando o
cotidiano e as reações dos indivíduos na medida em que
cresciam.
Segundo princípios construtivistas em âmbito
educacional, o aluno deve participar ativamente no
próprio aprendizado, interagindo em pesquisas e diversos
outros procedimentos. A partir da interação com o meio,
ele vai estabelecer características diferenciadas do
mundo. A partir dessa interação, o aluno amadurece e
passa a
lidar com diversas questões, começando a agir com a
realidade de um modo mais complexo, diferentemente do que
ele poderia fazer com seus reflexos iniciais. O erro
torna-se aprendizado, a rigidez e avaliações
padronizadas e a má escolha dos livros didáticos de
acordo com a realidade do aluno não são aceitos pelo
construtivismo.
Com essas ideias, o construtivismo ganhou espaço em
vários países e estes se adequaram a essa teoria
educacional ao passar dos anos. Falar
sobre construtivismo é um pouco complicado, existem
opiniões diversas entre pedagogos, tratando o
construtivismo como algo negativo ou positivo. De certa
forma, houve resistência por parte de muitos, onde não
era aceita uma prática tão diferente da tradicional,
apontavam muitas falhas e faziam do construtivismo uma
teoria fadada ao fracasso. Hoje em dia, muitos ainda
questionam e culpam muitas escolas que o usam como
teoria educacional.
O maior problema é que muitos associam o construtivismo
como algo messiânico, onde a partir de sua implantação
os frutos seriam colhidos posteriormente em pouco tempo.
Temos como exemplo o Brasil, problemático na educação,
deficiente em vários aspectos; muitos tratam o problema
educacional com alguns fatos isolados, associando
teorias pedagógicas ao fracasso do sistema escolar,
generalizando e muitas vezes sendo tendencioso. Podemos
nos perguntar, quais são os problemas que são
enfrentados na educação brasileira? A resposta não seria
tão simples. Dentro da complexidade do sistema
educacional brasileiro, fica difícil analisar
superficialmente e destacar apenas um ponto que se torna
negativo aos olhos de muitos. Acontece que existem
várias analises e muitos pontos a serem debatidos e
refletidos a respeito da educação brasileira, tais como:
analfabetismo, ensino básico, evasão, livro didático,
entre outros. Dentro desses pressupostos, uma serie de
lacunas existem e o papel do Estado seria analisar, e,
por
assim dizer, “sanar” essas irregularidades, trazendo à
população ganhos significativos dentro do sistema
educacional resultando em boas práticas sociais.
Além das deficiências educacionais gritantes, outro
problema gira em torno das desigualdades na distribuição
de renda, outra ponta do Iceberg. De fato, existe uma
relação entre os dois, pois não existe equilíbrio num
país com aumento na distribuição de renda e pessoas sem instrução, nem
existe um ganho na escolaridade com famílias a beira da
miséria. Devemos rejeitar essas políticas educacionais,
que tratam como solução dos problemas a simples
implantação de novas
escolas, tratando a educação de uma forma tão
superficial, sem recapitular
as práticas educacionais muitas vezes simplistas e
refleti-las.
Muitas políticas educacionais não relacionam em sua
proposta os
problemas de caráter econômico, social, político e cultural. Estas políticas, a partir do
momento que são criadas sem estas considerações,
tornam-se ineficientes,
pois para a construção de um sistema educacional de boa
qualidade, devem-se aceitar as dificuldades vigentes; do
contrário, tornam-se meramente utópicas.
A partir destas considerações, notamos como são
complexos os problemas educacionais brasileiros; alguns
destes, aqui citados, influenciam de forma direta o
crescimento educacional, e podemos observar como o
assunto é tão amplo e como instituições sociais podem
interferir em seu crescimento.
Toda essa reflexão, tecida aqui em algumas linhas, não passa de uma pequena parcela da
questão educacional a ser discutida. Devemos cobrar melhorias e
fundamentar nossas argumentações, deixando de generalizar e opinar
sem ao menos conhecer. Cabe a todos uma preocupação a
mais com a educação e um esforço a mais para tratar
todos os pontos de forma adequada, afinal, o problema
seria por conta de alguma teoria educacional? Ou o
sistema educacional precisa ser reformulado? São pontos
a serem discutidos.
(Texto do
Prof. Marcos Antônio Leite Lopes Filho, da redação d'O Historiante)
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