A
história do café no Brasil.
Em 1727, os portugueses compreenderam que a terra do
Brasil tinha todas as possibilidades que convinham à
cafeicultura. Mas não possuíam nem plantas nem grãos. O
governo do Pará, então, encontrou um pretexto para
enviar Palheta, um jovem oficial, a Guiana Francesa, com
uma missão simples: pedir ao governador M. d'Orvilliers
algumas mudas.
O
governador, seguindo ordens expressas do rei de França,
não atende ao pedido de Palheta. Porém, Madame d'Orvilliers,
esposa do governador, não resiste aos atrativos do jovem
tenente e, quando Palheta já regressava ao Brasil, ela
envia-lhe um ramo de flores onde, dissimuladas pela
folhagem, se encontravam escondidas as sementes a partir
das quais haveria de crescer o poderoso império
brasileiro do café - um episódio bem apropriado para a
história deste grão sedutor.
Do Pará, a cultura passou para o Maranhão e, por volta
de 1760, foi trazida para o Rio de Janeiro por João
Alberto Castelo Branco, onde se espalhou pela Baixada
Fluminense e, posteriormente, pelo Vale do Paraíba.
DO CULTIVO À EXPORTAÇÃO
O surto e incremento da produção do café foram
favorecidos por uma série de fatores existentes na época
da independência:
As culturas do açúcar e do algodão estavam em crise,
batidas no mercado internacional pela produção das
Antilhas e dos EUA; por isso, os fazendeiros precisavam
encontrar outro produto de fácil colocação no mercado
internacional.
A decadência da mineração libertou a mão-de-obra e
recursos financeiros na região Centro-Sul, que então
poderiam ser aplicados em atividades mais lucrativas.
Em âmbito internacional, a produção brasileira foi
favorecida pelo colapso dos cafezais de Java (devido a
uma praga) e do Haiti (devido aos levantes de escravos e
a revolução que tornou o país independente).
Outros fatores decisivos foram a estabilização do
comércio internacional
depois das guerras napoleônicas (tratado de Versalhes,
1815) e a expansão da demanda européia e americana por
uma bebida barata.
A importância econômica do café refletiu-se na sua
expansão geográfica. No início, difundiu-se pelo Vale do
Paraíba (Rio de Janeiro e São Paulo), Sul de Minas e
Espírito Santo. Depois, atingiu Campinas, no "Oeste
Velho" de São Paulo; dali, expandiu-se para o chamado
"Oeste Novo" (Ribeirão Preto e Araraquara) e passou,
mais tarde, para as regiões de terra roxa do Norte do
Paraná e Mato Grosso.
Hoje, as áreas de cultivo localizam-se nos estados de
São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Bahia.
Após a grande geada de 1975, houve um deslocamento das
principais zonas produtoras do Norte do Paraná para
áreas de clima mais favorável, como o sul de Minas
Gerais e o interior capixaba.
A exportação brasileira do café começou a crescer a
partir de 1816. Na década de 1830 - 1840, o produto
assumiu a liderança das exportações, com mais de 40% do
total; o Brasil tornou-se, em 1840, o maior produtor
mundial de café.
Na década nas décadas de 1870 - 1880, o café passou a
representar até 56% do valor das exportações. Começou
então o período áureo do chamado ciclo do café que durou
até 1930; no final do séc. XIX, o café representava 65%
do valor das exportações do pais, chegando a 70% na
década de 1920.
Fonte:
sobesa.com |