Judaísmo e Islamismo: as características de duas
religiões próximas.
O judaísmo
é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer
na história. Tem como crença principal a existência de
apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus
fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se
tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra
prometida.
Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do
mundo, porém é no estado de Israel que se concentra um
grande número de praticantes.
Conhecendo a história do povo judeu
A Bíblia é a referência para entendermos a história
deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por
volta de 1800 AC, Abraão recebeu uma sinal de Deus para
abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual
Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho
chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de
Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos
de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo
judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o
Egito, porém são escravizados pelos faraós por
aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu
ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi
comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez
Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam
peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus
para voltarem para a terra prometida, Canaã.
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei
Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as
tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e
Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a
crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de
Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.
Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão
babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o
reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta
grande parte da população judaica.
No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o
templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a
cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora
judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se
pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o
povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do
estado de Israel.
Os livros sagrados dos judeus
A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é
considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente
por Deus. Fazem parte da Torá : Gênesis, o Êxodo, o
Levítico, os Números e o Deuteronômio. O Talmude é o
livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em
quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e
Comentários.
Rituais e símbolos judaicos
Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de
sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por
rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá,
candelabro com sete braços.
Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos
meninos ( aos 8 dias de vida ) e o Bar Mitzvah que
representa a iniciação na vida adulta para os meninos e
a Bat Mitzvah para as meninas ( aos 12 anos de idade ).
Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que
representa o respeito a Deus no momento das orações.
Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação
entre Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os
pergaminhos sagrados da Torá.
As Festas Judaicas
As datas das festas religiosas dos judeus são móveis,
pois seguem um calendário lunisolar. As principais são
as seguintes:
Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre
elaborado pelo rei persa Assucro.
Páscoa ( Pessach ) - comemora-se a libertação da
escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 AC.
Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel,
por volta de 1300 a.C.
Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.
Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem
jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.
Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo
deserto, após a libertação do cativeiro do Egito.
Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a
restauração do tempo de Jerusalém.
Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a
Moisés.
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O Islamismo
tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda
maior do mundo) e está presente em todos os continentes.
Porém, a maior parte de seguidores do islamismo
encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do
norte da África. A religião muçulmana é monoteísta, ou
seja, tem apenas um Deus: Alá.
Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana
encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi
fundada na região da atual Arábia Saudita.
Vida do profeta Maomé
Muhammad (Maomé) nasceu na cidade de Meca no ano de 570.
Filho de uma família de comerciantes, passou parte da
juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes
culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo
com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe
transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste
momento, começa sua fase de pregação da doutrina
monoteísta, porém encontra grande resistência e
oposição. As tribos árabes seguiam até então uma
religião politeísta, com a existência de vários deuses
tribais.
Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a
cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é
conhecido como Hégira e marca o início do calendário
muçulmano.
Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder
religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre
as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao
retornar para Meca, consegue implantar a religião
muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir
pela península Arábica.
Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no
ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após
sua morte.
Livros Sagrados e doutrinas religiosas
O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as
revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel.
Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre
tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência
de Deus (Alá), importância de praticar a bondade,
generosidade e justiça no relacionamento social. O
Alcorão também registra tradições religiosas, passagens
do Antigo Testamento judaico e cristão.
Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo
Final, com a ressurreição de todos os mortos.
A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que
reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.
Preceitos religiosos
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com
relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De
acordo com a Sharia, todo muçulmano deve : crer em Alá
como seu único Deus; fazer cinco orações diárias curvado
em direção a Meca; pagar o zakat (contribuição para
ajudar os pobres); fazer jejum no mês de Ramadã e
peregrinar para Meca pelo menos uma vez na vida.
Faz parte ainda a jidah que é a Guerra Santa, cujo
objetivo é reformar o mundo e difundir os princípios do
islã. A jidah, porém, não é aceita por todos os
muçulmanos.
Locais sagrados
Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A
cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também
conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde
Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso
dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o
profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com
Moises e Jesus.
Divisões do Islamismo
Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois
grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente
85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita.
De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual
pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua
própria interpretação da Sharia.
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