Você sabia que...
O
surgimento dos museus está ligado ao colecionismo?
(Museu do Louvre)
O
surgimento dos museus está ligado ao colecionismo,
prática comum a quase todas as sociedades conhecidas e
que remonta aos primórdios da humanidade. A tendência do
homem a preservar fragmentos de sua cultura material fez
com que coleções de objetos fossem montadas já nas
primeiras civilizações mais desenvolvidas, como as que
habitaram a região da Mesopotâmia.
Essas
primeiras coleções em nada se pareciam com as que
conhecemos hoje. Um dos mais antigos "ancestrais" do
museu está em Ur, na Suméria: uma coleção de
antiguidades organizada e catalogada foi mantida por
Nabucodonosor II em um prédio anexo ao templo da cidade.
Apesar de a palavra "museu" ter origem grega, algo
parecido com a instituição moderna só surgiu no século
XVI. Animados pelas maravilhas que chegavam do Novo
Mundo, os colecionadores europeus de antiguidades, obras
de arte e peças exóticas das culturas longínquas
passaram a exibir seus caóticos acervos ao público nos
chamados gabinetes de curiosidades.
As
coleções desses gabinetes reuniam praticamente tudo que
se possa imaginar. Seus acervos eram divididos em quatro
categorias bastante genéricas: artificialia, para
tudo que fosse criação do trabalho humano (obras de
arte, por exemplo); naturalia, para a fauna e a
flora conhecida; exotica, para animais e plantas
estranhos ao homem europeu; e scientifica, para
instrumentos de uso científico.
Os
gabinetes de curiosidades já cumpriam a função de
mostrar ao público as riquezas de seus acervos. O passo
seguinte para que a instituição como hoje conhecemos
viesse ao mundo foi dado no século XVIII, quando o museu
se tornou, acima de tudo, um espaço de educação.
O
pioneiro dessa tendência foi o Museu Ashmolean, na
Inglaterra, criado pela Universidade de Oxford em 1683.
Fundado por Elias Ashmole (1617-1692), ele possui um
acervo muito similar ao de um gabinete renascentista,
mas sua coleção foi usada desde o início para instruir
estudantes sobre temas como história da arte.
Até
fins do século XVIII, os museus pertenciam a grandes
universidades ou ricos colecionadores. Foram os ideais
iluministas que trouxeram a noção de que tais
estabelecimentos deveriam ser públicos. A Revolução
Francesa concretizou esse projeto, proclamando que a
cultura é, invariavelmente, um bem do povo.
O
maior exemplo dessa tendência é o Museu do Louvre.
Criado no ano de 1793, em plena revolução, o antigo
palácio que abrigava a realeza da França foi
transformado em um espaço voltado para a educação das
passas parisienses. E, desde a sua fundação, o Louvre
foi um patrimônio mantido pelo Estado.
Fonte:
História Viva |