A batalha de Verdun, um verdadeiro “moedor de carne”

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Imagem: Ataque francês debaixo de fogo de artilharia. – Collier and Son – Collier’s New Photographic History of the World’s War. Reproduced in: http://www.firstworldwar.com/photos/battlegrounds.htm

A Batalha de Verdun foi um conflito brutal da Primeira Guerra Mundial que ocorreu entre fevereiro e dezembro de 1916, resultando em centenas de milhares de mortes e destruição em ambos os lados.

Da redação

A Batalha de Verdun foi uma das mais importantes batalhas da Primeira Guerra Mundial, travada entre as forças alemãs e francesas em 1916, na região de Verdun, no nordeste da França.

A batalha durou dez meses e foi caracterizada por uma série de brutais combates corpo-a-corpo, bombardeios intensos e uso extensivo de gás venenoso. As tropas francesas resistiram bravamente aos ataques alemães, mas sofreram pesadas perdas. A batalha é considerada um marco na história militar, sendo responsável pela morte ou ferimento de mais de um milhão de soldados.

Apesar de a batalha ter terminado com uma vitória estratégica para as forças francesas, ela representou uma grande perda de recursos humanos e materiais para ambos os lados, e é frequentemente citada como um exemplo do custo humano devastador da guerra.

Os números da destruição na Batalha de Verdun

A Batalha de Verdun foi uma das batalhas mais sangrentas e destrutivas da Primeira Guerra Mundial. A quantidade exata de mortos e feridos é difícil de determinar, mas estima-se que as forças francesas e alemãs sofreram cerca de 700.000 baixas ao longo dos dez meses de combate. Destes, aproximadamente 300.000 eram mortos ou desaparecidos.

Além das perdas humanas, a batalha também resultou em uma grande destruição material. A paisagem em torno de Verdun foi desfigurada pelo intenso bombardeio, que destruiu edifícios, estradas, pontes e outras infraestruturas.

Estima-se que mais de 60 milhões de conchas foram disparadas durante a batalha, e as crateras resultantes ainda podem ser vistas na paisagem até hoje.

A Batalha de Verdun é frequentemente citada como um exemplo do custo humano e material devastador da guerra, e um lembrete da importância de buscar a paz e evitar conflitos armados sempre que possível.

A preparação para o combate

A preparação para a Batalha de Verdun foi extensa e meticulosa, envolvendo meses de planejamento e preparação por ambos os lados.

Os alemães, liderados pelo General Erich von Falkenhayn, planejaram a ofensiva como uma tentativa de “sangrar a França até a morte”, concentrando seus esforços em uma ofensiva massiva na região de Verdun, que tinha um valor simbólico importante para os franceses. Os alemães se prepararam para a batalha construindo estradas, trincheiras e fortificações, além de transportar grandes quantidades de munição, equipamentos e suprimentos para a região.

Por sua vez, os franceses, liderados pelo General Philippe Pétain, também se prepararam para a batalha, construindo uma rede de trincheiras e fortificações em torno de Verdun e nas colinas circundantes. Eles também estocaram grandes quantidades de suprimentos e munições, e colocaram em prontidão suas reservas estratégicas.

Quando os alemães lançaram sua ofensiva em 21 de fevereiro de 1916, os franceses já estavam preparados para resistir aos ataques, apesar da surpresa inicial dos alemães. Os franceses foram capazes de repelir os primeiros ataques alemães e manter a linha de frente, o que permitiu que eles se reorganizassem e preparassem para a luta prolongada que se seguiu.

Os confrontos da Batalha de Verdun

A Batalha de Verdun foi caracterizada por uma série de brutais combates corpo-a-corpo, bombardeios intensos e uso extensivo de gás venenoso. Os combates ocorreram em uma área relativamente pequena, com as tropas lutando em uma rede de trincheiras, fortificações e bosques densos.

87.º Regimento francês entrincheirado em Hill 34, fora de Verdun – National Army Museum (NAM. 2007-03-7-3)

Os alemães iniciaram a batalha com um bombardeio massivo sobre as posições francesas em torno de Verdun. Em seguida, eles lançaram uma ofensiva terrestre, usando uma nova tática chamada de “infiltração”, que consistia em infiltrar pequenas equipes de soldados em áreas vulneráveis das linhas inimigas e desestabilizar suas defesas a partir de dentro.

Apesar dos primeiros avanços alemães, os franceses conseguiram resistir com coragem e determinação, mesmo com o constante bombardeio e ataques de gás venenoso. As tropas francesas se reabasteciam com suprimentos e recebiam reforços através de uma estrada que ficou conhecida como a “Voie Sacrée” (Estrada Sagrada), que permitiu que os franceses mantivessem uma linha de abastecimento segura para suas tropas.

Os combates se desenrolaram durante dez meses, com ambos os lados sofrendo pesadas perdas. A batalha foi marcada por momentos de coragem e sacrifício, mas também de horror e desespero, com soldados enfrentando condições degradantes e um ambiente altamente perigoso. No final, os franceses conseguiram manter a região de Verdun e impedir a invasão alemã, mas ao custo de um grande número de vidas e um enorme custo material.

Afinal, quem venceu?

Não há um vencedor claro na Batalha de Verdun. Embora os franceses tenham sido capazes de repelir a ofensiva alemã e manter a região de Verdun, ambos os lados sofreram pesadas perdas em termos de vidas e recursos.

Os franceses conseguiram manter a linha de frente, graças à sua capacidade de resistência e à chegada constante de reforços e suprimentos, além do fato de terem uma posição defensiva vantajosa na região.

Combates ceifaram mais de 160 mil vidas do lado francês Foto: picture-alliance/dpa
Combates ceifaram mais de 160 mil vidas do lado francês – Foto: picture-alliance/dpa

Já os alemães foram incapazes de alcançar seu objetivo de invadir a região de Verdun e avançar para Paris, o que tornou a ofensiva uma derrota estratégica. Além disso, a ofensiva em Verdun enfraqueceu as forças alemãs em outros fronts de batalha, como na Batalha do Somme.

Em resumo, a Batalha de Verdun foi um conflito brutal e inconclusivo, que resultou em grandes perdas para ambos os lados e serviu como um lembrete do custo humano e material devastador da guerra.

Algumas referências sobre o tema:
"A Guerra Que Acabou Com Paz" por Margaret MacMillan
"1914-1918: A História da Primeira Guerra Mundial" por David Stevenson
"História das guerras", organizado por Demétrio Magnoli

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