O anticomunismo e a Ku Klux Klan brasileira

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Ku Klux Klan, influenciada pelo terrorismo e anticomunismo, discrimina afro-americanos, judeus e imigrantes; mais recentemente, também há atos de discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ (Imagem: BBC/Getty Images)

Da redação
Com informações da BBC Brasil

No Brasil, no auge da Guerra Fria e do anticomunismo norte-americano, grupos de extrema direita fascista criaram grupos paramilitares, com o intuito de caçar estudantes, comunistas e trabalhistas.

A Ordem Secreta dos Primadistas, inspirada no anticomunismo e nas ações terroristas e no capuz do grupo e supremacista branco americano Ku Klux Klan, invadiu a rádio Farroupilha, em Porto Alegre, em 6 de janeiro de 1962. O objetivo era ler um manifesto contra o comunismo nos microfones da emissora e gerar agitação em todo território nacional.

Paralelamente e no mesmo dia, no Rio de Janeiro, outro grupo anticomunista metralhava a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE). O ataque foi promovido pela Ordem Suprema dos Mantos Negros, também conhecida como Maçonaria da Noite.

Estes grupos eram formados por integrantes que agiam e pensavam de forma semelhante à Ku Klux Klan e atuavam sob o lema “Dominaremos os infernos”.

Essas organizações tinham inspiração no grupo racista norte americano, que surgiu no século 19, no fim da Guerra Civil americana, e passou a perseguir, torturar e matar pessoas negras nos EUA.

As organizações brasileiras

Bandeira primadista
(Fonte: Jornal do Brasil, 15 de janeiro de 1962).

A OSMN foi fundada por um conhecido agente anticomunista na década de 1960, Joaquim Miguel Vieira Ferreira, o Joaquim Metralha. Ele foi secretário-geral da Cruzada Brasileira Anticomunismo e agente do Cenimar, o serviço de informações da Marinha durante a ditadura.

A descoberta deste grupo foi feita por Raphael Alberti, Mestre em História, Política e Bens Culturais (FGV-RJ). Alberti relata que os integrantes dos grupos gaúcho e fluminense se inspiravam na seita dos EUA para criar suas vestimentas, mas em vez da cor branca para os capuzes, utilizava a cor negra.

De comum entre todos estava a organização de atos terroristas e participação de rituais com juramentos sobre

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