04/10/2012
BAAL: O
DEUS SEMITA.
Como essa
antiga divindade cananeia se transformou em demônio na
tradição cristã.
Prof. Pablo Michel Magalhães
Os
povos semitas ocidentais eram politeístas
(adoravam várias divindades), e seus deuses
possuíam características muito parecidas. A
eles, os semitas davam o nome de Baal.
Juntamente com El, representava a divindade
suprema do panteão cananeu.
Sendo uma divindade relativa à fertilidade,
tinha sua imagem associada às chuvas que
renovavam as colheitas. Seu principal rival era
Mot, divindade da seca e da morte. Assim, Baal
representava a vida e suas forças ativas,
enquanto El tinha como principais atribuições a
sabedoria e a prudência da vida adulta.
Com
o tempo, o culto a Baal foi se espalhando, tendo
os fenícios como principal civilização a
adotá-lo. Para eles, o deus era Baal Shamem,
senhor dos céus. As tribos israelitas, ao
chegarem à Canaã (a terra prometida por Iavé nas
tradições hebraicas), passaram a denominar de
Baal todos os deuses locais, sem distinção. No
século IX, a princesa Jezabel (fenícia, casada
com Acabe de Israel), pretendeu instituir o
culto ao seu deus, Baal, em detrimento do culto
a Iavé, divindade única dos hebreus. Tal atitude
fez com que os israelitas passassem a repudiar
Baal, transformando esta divindade em uma
personificação de todos os "falsos deuses".
Além disso, havia a lenda de que cartagineses
faziam sacrifícios de crianças (os primogênitos
de cada família) ao deus
Baal Hammon,
Esses acontecimentos contribuíram para que os
israelitas cultivassem uma imagem sanguinária
desse deus semita.
No
cristianismo, Baal Rafar é um demônio.
Estudos cristãos o colocam como um dos
principais agentes do mal e líderes do inferno.
Baal ou Bael (as grafias mais significativas e
utilizadas) é citado vária vezes no antigo testamento,
principalmente nos livros atribuídos ao profeta
Moisés.
Baal veio
significar às vezes o deus pagão local de um
pessoa particular, e ao mesmo tempo todos os
ídolos da terra. Igualmente encontra-se em
diversos lugares no plural, Baalim ou Baals
(2:11 dos juizes, 10:10). Havia muitas
variações, tais como o deus do sol, o deus da
fertilidade, e Beelzebuth, ou o "senhor das
moscas".
Ao
longo de séculos, essa divindade cananeia passou
a representar, no Judaismo e, posteriormente,
entre as seitas cristãs da antiguidade, a
personificação do mal, sendo aproximado à imagem
de Lúcifer, o anjo caído do cristianismo.
Confira também:
- O
livro sagrado do cristianismo, a Bíblia, possui
várias passagens significativas sobre Baal. Por
exemplo, 2 Reis 10, a partir do versículo 18, há
o relato de como Jeú puniu, em Israel, os
sacerdotes do deus cananeu.
No
livro Levítico (que compõe o pentateuco, os 5
livros atribuídos a Moisés e primeiros livros da
Bíblia), há vários trechos sobre Baal.
-
Vale a pena dar uma lida no tradicional
Livro de Outro da Mitologia, de Thomas
Bulfinch, disponível pelas editoras Ediouro e
Martin Claret.
-
Há também O livro ilustrado dos Mitos -
Contos e lendas do mundo, de Neil
Philip, que conta de forma leve e didática a
história de várias lendas das religiões em todo
o mundo.
Você pode adquirir essas obras na livraria
Saraiva. Confira abaixo.
|