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18/10/2013 - CHINA: Uma civilização ainda desconhecida.
Prof. Tiago Rodrigues Araújo
Licenciado em Filosofia - UEPB
Especialista em Fundamentos da Educação - UEPB
Mestrando em Filosofia - UECE
Apesar de fazermos parte de uma civilização ocidental e saber que somos reflexos de outras grandes civilizações como Grécia e Roma, tenho a convicção que a formação da nossa cultura se deu com o contato que esses povos tiveram com outras grandes civilizações orientais (na qual posso citar as civilizações chinesas, japonesas e hindu). Uma civilização que me fascina tanto pela sua sabedoria milenar, como pela sua grandiosidade é a chinesa. Então, me veio a seguinte questão: Qual a contribuição que uma civilização tão antiga e distante, pode ter dado na formação de uma cultura tão recente como a nossa (comparada historicamente)? Pretendo trabalhar nesse artigo, algumas contribuições que julgo relevante dessa milenar cultura na nossa formação.
Civilização chinesa (ou civilização sínica) é uma região cultural, situada na maior parte do leste asiático. É uma das grande oito civilizações contemporâneas e uma das mais antigas ainda existentes. A escrita chinesa é baseada em ideogramas (desenhos), sendo que eles representam ideias, objetos, sentimentos, etc. Com relação ao idioma, o mandarim é o dialeto mais falado na China, porém, existem outros como, por exemplo, wu, cantonês, dialetos min, jin, xiang, kejia, gan, entre outros que são usados mais comumente em algumas comunidades e regiões.
BREVE HISTÓRICO
A história da China está registrada em documentos que datam do século XVI A.C. em diante e que demonstram ser aquele país uma das civilizações mais antigas do mundo comexistência contínua. Os estudiosos entendem que a civilização chinesa surgiu em cidades-Estado no vale do Rio Amarelo. O ano 221 A.C. costuma ser referido como o momento em que a China foi unificada na forma de um grande reino ou império, apesar de já haver vários estados e dinastias antes disso. As dinastias sucessivas desenvolveram sistemas de controle burocrático que permitiriam ao imperador chinês administrar o vasto território que viria a ser conhecido como a China.
A fundação do que hoje se chama a civilização chinesa é marcada pela imposição forçada de um sistema de escrita comum, pela dinastia Qin no século III A.C., e pelo desenvolvimentode uma ideologia estatal baseada no confucionismo, no século II A.C. Politicamente, a China, alternou períodos de unidade e fragmentação, sendo conquistada algumas vezes por potências externas, algumas das quais terminaram assimiladas pela população chinesa. Influências culturais e políticas de diversas partes da Ásia, e mais tarde algumas da Europa levadas por ondas sucessivas de imigrantes, fundiram-se para criar a imagem da atual cultura chinesa.
Religião
Na China existe uma grande diversidade religiosa. O Confucionismo (século II A.C) e o Taoísmo (551 a.C) são consideradas religiões chinesas, mas ambas começaram como filosofias. Confúcio (551 a 479 A.C), do mesmo modo que seus sucessores, não deu importância aos deuses e se voltou para a ação. Por sua vez, os taoístas apropriaram-se das crenças populares chinesas e da estrutura do budismo. Como conseqüência, surgiu uma corrente separada do "taoísmo religioso", diferente do "taoísmo filosófico" que se associava aos antigos pensadores chineses Lao-Tsé (Séc. VII A.C.) e Zuang-Zi (Séc. IV A.C.).
O budismo chegou à China pela primeira vez durante o final da dinastia Han (206 a.C. até 220 d.C), expandido-se rapidamente. Os comunistas eliminaram o budismo quando tomarem o poder em 1949 e a maior parte dos templos foi reorganizado para usos seculares. A Constituição de 1978 restaurou algumas liberdades religiosas e, atualmente, existem grupos budistas ativos na China. Fora essas religiões citadas, encontram-se presentes na China o cristianismo e o islamismo.
Culinária
Os chineses utilizam muitos ingredientes, molhos (shoyu é o mais conhecido) e temperos em sua culinária. Arroz, peixe, carnes vermelhas, broto de bambú e legumes são utilizados em diversos pratos.
Uma espécie de biscoito, fino e crocante, o rolinho primavera, é um dos alimentos chinesesmais conhecidos no Ocidente. Um alimento consumido na China, e considerado exótico no Ocidente, é a carne de cachorro. Outros alimentos consumidos pelos chineses, e não muito comuns no ocidente, são: carne de cobra, escorpião, besouros e cavalo marinho.
Arte
A arte chinesa é marcada bela beleza dos vasos em cerâmica pintados, artesanalmente, com motivos culturais da China. A arte em seda também é outro aspecto importante. Os pintores chineses destacam, em suas telas, as belezas naturais da China (paisagens, animais) e aspectos mitológicos.
As suas tradicionais formas sociais, os seus costumes mais mágicos que religiosos de aproximação do sagrado, tornam difícil a compreensão do fazer artístico na China. A estética da sua arte reúne todos estes elementos: simbolismo ideológico, extrema antiguidade, evolução particular e complicada dos conceitos artísticos, fundamento mágico-religioso das suas crenças.
Música
A música chinesa evoluiu desde os tempos antigos, sob a influência das doutrinas religiosas, filosóficas e ideológicas. Hoje, a música continua uma rica herança tradicional em um aspecto, ao mesmo tempo que evolui para formas mais contemporâneas. Alguns instrumentos tradicionais são: vários tipos de flauta, o sheng, o gongo, sinos e o erhu. A maioria das músicas predominantes na China é bem lenta, calma e repetitiva.
A música chinesa é tocada com a utilização de vários instrumentos, sendo que os mais importantes são: vários tipos de flauta, o sheng, o gongo, sinos e o erhu, onde grande parte desses instrumentos tiveram contribuição significativa na ocidental música clássica.
Invenções
Os chineses contribuíram muito para o desenvolvimento do conhecimento no mundo todo. Além de toda a sua influência político/cultural exercida até os tempos de hoje, para concluir cito algumas invenções chinesas que contribuíram para o desenvolvimento das mais diversas civilizações:
1) Papel
O material que ainda é o mais importante para a circulação de informações escritas no mundo provavelmente foi usado pioneiramente por escribas da dinastia Han, que dominou a China do século 2 a.C. ao século 2 d.C.
Por volta do ano 200, o papel tinha se tornado dominante em território chinês, servindo para mapas, documentos e livros, graças a seu preço mais acessível. Originalmente, a receita chinesa para produzir papel incluía até restos de redes de pesca.
2) Imprensa
Data do ano 868 de nossa era o primeiro exemplo de livro impresso na China, usando caracteres entalhados em madeira. O sistema deu tão certo que, ao longo dos séculos, os chineses se puseram a refiná-lo com a invenção dos tipos móveis, equivalentes aos vários sinais ideográficas da escrita do país, que podiam ser trocados à vontade na prensa. No século 15, o alemão Gutemberg usaria tipos móveis para dar início ao uso maciço da imprensa no Ocidente.
3) Papel-moeda
O dinheiro em notas que todos conhecemos e amamos circulou em escala nacional pela primeira vez também na China, por ordem das dinastias Song e Jin, nos séculos 12 e 13. O sistema foi adotado como maneira de diminuir a exploração das minas de cobre chinesas e de desvalorizar a moeda.
4) Macarrão
Não dá para saber se já era al dente, mas o macarrão chinês é uma invenção literalmente pré-histórica, remontando a cerca de 4.000 atrás. A guloseima não era feita de trigo, como a massa de macarrão italiano popular no Brasil, mas com dois tipos de milhete, um cereal de pequeno porte que ainda é usado em vários lugares do mundo.
5) Pólvora
Outra invenção medieval chinesa, a pólvora remonta ao século 10 e foi sendo continuamente aperfeiçoada por engenheiros militares a serviço das várias dinastias imperiais — ao contrário da lenda segundo a qual a pólvora chinesa não tinha originalmente uma função bélica. Desde o começo, o material foi empregado para produzir bombas incendiárias, que eram unidas a catapultas ou a navios de guerra.
6)Seda
Ainda mais antigo que o macarrão, o tecido emblemático da cultura chinesa, fabricado a partir do casulo do bicho-da-seda, existe há quase 6.000 anos, mostra a arqueologia. O refinamento da manufatura de seda no país impulsionou uma forma primitiva de globalização, com uma rota de comércio que ia do Império Romano ao interior da China.