O Alerta de Albert Einstein sobre o Genocídio Palestino

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Albert Einstei foi uma das mentes mais brilhantes da história (Foto: Commons/Wikipedia)

Uma carta de Albert Einstein e intelectuais alertando sobre o fascismo sionista em Israel ressurgiu online. Publicada em 1948 no The New York Times, destaca a continuidade das políticas criticadas pelos intelectuais.

Da redação

No domingo passado, dia 18, o presidente Lula atraiu atenção global ao fazer uma comparação entre o atual conflito entre Israel e os palestinos com o Holocausto, período durante o qual a Alemanha nazista, liderada por Adolf Hitler, perpetrava o genocídio de aproximadamente seis milhões de judeus.

“Lula declarou que não se trata de uma guerra convencional entre soldados, mas sim de um embate entre um exército altamente equipado e mulheres e crianças. Ele destacou que o que está ocorrendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não encontra paralelo em nenhum outro momento da história, exceto, como observou, durante o período em que Hitler ordenou o extermínio dos judeus.”

Com a crise internacional em destaque, uma carta redigida por Albert Einstein e outros intelectuais, alertando para o surgimento do fascismo sionista em Israel, ressurgiu na internet. Originalmente publicado pelo jornal norte-americano The New York Times em 3 de dezembro de 1948, o documento ganhou renovada atenção online.

A carta

Um conjunto de acadêmicos judeus residentes nos Estados Unidos expressou preocupação em relação à fundação do Partido da Liberdade (Tnuat Haherut) no recém-estabelecido Estado de Israel em uma carta enviada ao jornal The New York Times em 4 de dezembro de 1948. De acordo com a carta, o partido era visto como semelhante aos partidos nazistas e fascistas em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social.

Os signatários, incluindo Hannah Arendt e Albert Einstein, observaram a visita de Menachem Begin, líder do partido, aos Estados Unidos, e destacaram a discrepância entre sua retórica pública e suas ações passadas ligadas à doutrina do Estado fascista. Eles enfatizaram que as ações passadas do partido, particularmente sua origem no antigo Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista de direita, e eventos como o Massacre de Deir Yassin, revelaram seu verdadeiro caráter.

O Massacre de Deir Yassin, no qual centenas de habitantes palestinos foram mortos por milícias sionistas, incluindo o Irgun e o Bando Stern, foi citado como um exemplo marcante das ações violentas associadas ao partido. Esse episódio foi emblemático do sofrimento infligido aos palestinos durante a Nakba, quando centenas de comunidades palestinas foram destruídas e milhares de pessoas foram deslocadas de suas terras.

Apesar das preocupações expressas, Menachem Begin viria a se tornar o primeiro líder do Likud a ocupar o cargo de primeiro-ministro de Israel em 1977, seguido por Yitzhak Shamir, ex-líder do Bando Stern, que também liderou o país. Esses líderes mantiveram uma política que foi elogiada por Benjamin Netanyahu, que em 2018 afirmou que a política de Israel permaneceu inabalável desde os dias de Begin.

Essa conexão entre o passado e o presente destaca a continuidade das políticas e abordagens do passado, apesar dos alertas emitidos por Arendt, Einstein e outros intelectuais na época da fundação do Estado de Israel.

Leia a carta na íntegra

Intelectuais judeus que assinaram a carta:
ISIDORE ABRAMOWITZ, HANNAH ARENDT, ABRAHAM BRICK, RABBI JESSURUN CARDOZO, ALBERT EINSTEIN, HERMAN EISEN, M. D., HAYIM FINEMAN, M. GALLEN, M. D., H. H. HARRIS, ZELIG S. HARRIS, SIDNEY HOOK, FRED KARUSH, BRURIA KAUFMAN, IRMA L. LINDHEIM, NACHMAN MAISEL, SEYMOUR MELMAN, MYER D. MENDELSON, M. D., HARRY M. OSLINSKY, SAMUEL PITLICK, FRITZ ROHRLICH, LOUIS P. ROCKER, RUTH SAGIS, ITZHAKSANKOWSKY, I. J. SHOENBERG, SAMUEL SHUMAN, M. SINGER, IRMA WOLFE, STEFAN WOLFE.