Abraham Lincoln: O 16º presidente dos Estados Unidos da América.

 

 

  

                

21/02/2013

 

Abraham Lincoln: O 16º presidente dos Estados Unidos da América.

 

Prof. Lucas Adriel S. de Almeida

 

 

(imagem: http://www.slate.com/)

A vida de Abraham Lincoln, ou parte dela, é sempre tema da indústria cinematográfica estadunidense. Seja com abordagens mais fantasiosas, seja com uma perspectiva focada em produzir algo mais próximo da realidade vivida, a figura do presidente volta e meia é retratada pelo cinema.  A mais recente produção sobre a vida de Lincoln nesse contexto é apresentada no novo filme do afamado diretor Steven Spielberg. O filme “Lincoln” ganhou notoriedade recente na mídia principalmente por ter sido indicado para concorrer em 2013 à mais disputada premiação do cinema mundial: o Oscar de melhor filme. Não é de se estranhar a utilização da presidência de Lincoln como temática nas telonas, pois coube a Abraham Lincoln a responsabilidade de governar o seu país em meio a um dos momentos mais marcantes de sua história, a chamada Guerra Secessão (1861 – 1865).

As raízes deste conflito interno estadunidense remontam às diferentes formas de colonização praticadas pela Inglaterra nas chamadas treze colônias inglesas. Nas colônias do Norte praticou-se o que podemos chamar de colonização de povoamento. Como o próprio nome aponta, as colônias de povoamento foram regiões povoadas por súditos da coroa britânica que se deslocaram da Inglaterra e se instalaram na região norte das colônias inglesas na América do Norte. Este tipo de colonização (analisando de forma bastante rasa) fundamentou-se em aspectos como o trabalho livre, a policultura e os minifúndios. Por outro lado, também de forma simplória, nas colônias do sul praticou-se a chamada colonização de exploração, pautada na monocultura, sustentada pelo trabalho escravo em latifúndios.

Estas diferenças estruturais, na maneira de conceber o país, acabaram criando uma divisão interna, com base em diferentes concepções de modelo socioeconômico para o país, uma divisão entre o Norte e o Sul. As diferenças evidenciadas na forma de conceber os rumos que o país deveria tomar teve como culminância uma sangrenta Guerra Civil, que tinha na abolição da escravatura o seu ponto central de divergência. Para os estados do Sul, o fim da escravidão significava a sentença de morte para sua economia fundamentada no trabalho escravo, enquanto que, para os estados do Norte, o fim da escravidão levaria o sul a se inserir no seu projeto político, delineado para o jovem país que tinha conseguido sua independência há pouco tempo, no ano de 1776.  Nesse contexto falou o presidente Lincoln em um discurso:

(...) que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação com a graça de Deus venha gerar uma nova Liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desaparecerá da face da terra. (Discurso de Abraham Lincoln em 19 de Novembro de 1863 – Cemitério Militar de Gettysburg. Pensilvânia, Estados Unidos da América. Disponível em: http://www.arqnet.pt/portal/discursos/novembro01.html)

 

 

(O assassinato do presidente Lincoln, disponível em: Biblioteca do Congresso, Washington)

 

A vitória do Norte na Guerra de Secessão e, logicamente, a abolição da instituição da escravidão no EUA rendeu ao presidente Lincoln alguns desafetos. Um destes terminou por lhe assassinar: o sulista John Wilkes Boot. Notoriamente, a abolição da escravidão não colocou fim em tantas outras formas de cerceamento da liberdade, nem as mazelas sociais do preconceito racial que ainda permaneceram nos EUA. Sintomático neste sentido são os diversos enfrentamentos e formas de preconceito racial e opressão que se estabeleceram nos EUA ao longo do século XX. Para ficar apenas em um famoso exemplo, podemos mencionar o discurso de Martin Luther king Jr. em 28 de agosto de 1963, pronunciado na escadaria do monumento a Lincoln que ficou conhecido com o título de “I have a dream” (Eu tenho um sonho). Segue abaixo o discurso:

 

 

 

Este discurso foi pronunciado por Martin Luther King Jr. visando combater os preconceitos raciais ainda arraigados no seio da sociedade americana da época. O orador em questão era um ativista político estadunidense, pastor protestante, e pronunciou o seu famoso discurso durante a chamada Marcha pelo Trabalho e Liberdade em Washington frente a uma multidão estimada em mais de 200 mil pessoas. Martin Luther King Jr. buscava também a luta pelo direito das minorias e, nesse mesmo contexto da década de 1960, se destacaram algumas lideranças e grupos organizados para contestar o racismo de formas variadas, como, por exemplo, Malcolm X e os Panteras Negras.

 

Para saber mais sobre este assunto e outros aspectos sobre a História dos Estados Unidos leia:

KARNAL, Leandro; PURDY, Sean; FERNANDES, Luiz Estevam; MORAIS, Marcus Vinícius de. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo, Contexto, 2007.

 

(Texto do Prof. Lucas Adriel S. de Almeida, da redação d'O Historiante).

 

 

 

 

 

 

 

© Copyright Desde 2011 O Historiante