Trajetórias femininas
No início do século XX, o movimento feminista ganha forma, influenciado por tendências americanas e européias, mas, é claro, fruto de uma sociedade que se modifica por seus sujeitos..
Você sabia que...
Os vikings não usavam capacete com chifres?
Quando você pensa num viking, como é a imagem dele na sua cabeça?
Se você lembrou de um homem forte, alto, de cabelo e barba longa, vestindo roupas de pele de animais e, na cabeça, usando um capacete com chifres/ou asas, não se desespere: você foi vítima da capacidade criativa do homem e do processo histórico.
Estereótipo de um viking
Segundo o pesquisador Jhonni Langer, os povos escandinavos/nórdicos/vikings habitaram a região da Escandinávia e entraram na História Ocidental entre 793 a 1100 d.C, quando realizaram vários ataques na Europa (sua constituição social vem muito antes disso). Os homens tinham em média a estatura de 1,70 m, barba curta, e usavam sandálias de couro abertas e capas de lã e pele. Tinham o direito de portar armas (se fossem livres, pois haviam escravos), e, dentre elas, preferiam a espada e depois o machado; também usavam escudo redondo de madeira com uma argola de ferro no centro. SEUS CAPACETES ERAM CÔNICOS, LISOS, SEM SALIÊNCIAS E SEM CHIFRES!!!!
As mulheres usavam vestidos longos de lã e sandálias de couro também abertas, gozavam de ampla liberdade, podendo possuir terras, bens materiais, cultivar o solo e comercializar. Todos os vikings, além de exercerem a prática da guerra e pirataria também foram agricultores, exploradores, colonizadores, comerciantes, ourives e artistas.
O capacete dos povos escandinavos não possuíam nenhum chifre
Foi durante o século XIX, quando os países estavam buscando afirmar seu nacionalismo, que ressurgiu as figuras mitológicas, paisagens nesse processo de formação da identidade coletiva. Os vikings se tornaram a referência para os escandinavos, e os artistas consoantes com essa necessidade criaram quadros para a visualização do mito: o norueguês Peter Arbo (1860) executou sua pintura Asgadreien com uma verossimilhança daquilo que seria uma reunião viking. Também podemos destacar Johannes Flintoe e o inglês W.G. Collingwood (1870).
Gizur desafia os hunos, Peter Harbor
Entretanto, ao mesmo tempo em que foram feitas pinturas preocupadas com o aspecto histórico fidedigno baseadas na literatura e em escultura, também representações que destoavam desse aspecto foram produzidas e, até hoje, se perpetuam. Isso ocorreu, possivelmente devido ao contato dos artistas da época com vestígios arqueológicos de culturas pré-vikings e posteriores a ela, que cultuavam deuses com chifres (celtas), ou faziam rituais religiosos com capacetes de chifres.
As óperas de Richard Wagner que versavam sobre povos bárbaros (Tristão e Isolda, A canção dos Nibelungos, As Valquírias) foram responsáveis pela afirmação e propagação deste estereótipo do bárbaro. O par de cornos/chifres era o representativo da virilidade e do poder.
Estereótipo das Valkírias, guerreiras nórdicas
Hoje, essa representação já se tornou uma verdade para os próprios escandinavos. Os símbolos da torcida da Suécia e Noruega são capacetes de chifres.
O viking mais famoso do mundo, Hagar, também reforça o estereótipo
Veja também:
Página do Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos.
Lá estão disponíveis vários textos e pesquisas bem interessantes.