Entrevista com
Prof. Ms.
Harley Abrantes Moreira
Professor
efetivo do curso de História da Universidade Estadual de
Pernambuco, unidade Petrolina. Possui mestrado em
História pela UFRN (2009), graduação em História pela
Universidade Federal do Ceará (2000) e bacharelado em
Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do
Brasil (2005). Desenvolve pesquisas nos seguintes temas:
Alteridades religiosas e História das Religiões;
Relações entre sertões e litoral no início do século XX.
Em primeiro lugar, é possível acreditar que o ensino de
História da África e afro-brasileira esteja relegado à
segundo plano na educação básica e superior?
Resposta: Muito
distante disso. Esse é um discurso antigo e repetitivo
que, atualmente, diante das ações afirmativas
direcionadas à educação, tem perdido o sentido. Vivemos
um outro momento.
Como você encara a lei 10.639/03? De fato, ela é
respeitada na prática?
Resposta:
É uma conquista que precisa ser discutida sob diversos
aspectos. O respeito à esta lei têm sido alcançado
paulatinamente.
Até pouco tempo atrás, a disciplina História da África
era considerada optativa. Dentro da formação docente do
curso de História, na Universidade de Pernambuco, houve
alguma mudança?
Resposta: Sim. O
projeto do curso está sendo reformulado e uma das
mudanças diz respeito à obrigatoriedade dessa
disciplina, porém, temos um outro desafio relacionado à
Lei 11.645.
Dentro de um contexto sociocultural, qual a importância
do estudo da História da África e afro-brasileira em
nosso país?
Resposta:
Embora esse estudo desperte polêmicas, sua relevância é
evidente. Nosso país ainda precisa vencer o racismo que
é uma herança histórica do seu modelo de colonização. O
estudo de História da África e afro-brasileira é uma
ferramenta que deve contribuir para a construção de uma
nova cultura com relação às pessoas de pele negra no
passado e no presente do país.
O curso de História da UPE/Campus de Petrolina,
anualmente, desenvolve um encontro acadêmico sobre
africanidades e cultura indígena. Quais objetivos e
anseios vocês procuram atingir com este evento?
Resposta: Nos
consideramos parte de uma luta social de combate ao
racismo que é apenas um entre tantos outros preconceitos
e tantas outras discriminações que precisam ser
vencidas. Além disso, temos o compromisso acadêmico de
enfrentar os temas que se apresentem como relevantes
para o conhecimento histórico.
Sabemos que a reflexão acadêmica e os trabalhos
científicos provenientes dela são fundamentais para a
construção da educação brasileira em História. Em sua
opinião, as produções acadêmicas (artigos científicos,
monografias, dissertações, teses) vêm contemplando a
questão do Ensino de História da África e
afro-brasileira?
Resposta:
Vivemos um momento de grande ascensão dessa temática.
Diversos livros e uma variedade de Revista
especializadas começam a contemplá-lo.
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